terça-feira, 17 de maio de 2011

História da Urbanização no Rio de Janeiro. A cidade: capital do século XX no Brasil.

O texto, História da Urbanização no Rio de Janeiro. A cidade: capital do século XX no Brasil, de Antonio Rodrigues foi debatido em sala de aula juntamente com artigos do ano de 1909 referentes à Inauguração do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A seguir descreveremos um breve resumo da articulação entre os textos citados e a disciplina cursada.

Através dos artigos referentes à Inauguração do Teatro Municipal, pode-se perceber que na maioria das vezes faz menção ao embelezamento do teatro, referindo-se a “(...) obra bem feira luxuosa, de gasto.” (O Século, 13 de Julho de 1909). Fazendo associação ao progresso, “tudo ali falava no nosso progresso, do nosso adiantamento, da nossa cultura espiritual, da civilização dos nossos costumes, do apuro do nosso gasto (...)”. (A Tribuna, 15 de Julho de 1909).

Rodrigues (2009) relata que ao apresentar o processo de desenvolvimento da cidade, na transição do século XIX para o século XX, envolve determinar, nitidamente, sua passagem de uma situação colonial para moderna. A transição da cidade para modernidade pode ser pensada também através da ótica de minimizar doenças (perspectiva higienista).

Os artigos claramente remetem a todo o momento como as dependências do Teatro eram modernas, suntuosas “(...) contudo o efeito da sala era deslumbrantíssimo. A fina elegância, o rigor de torilette foi mantido e as linhas do camarote apresentavam um belíssimo golpe de vista”.(A Noticia, 15 de Julho de 1909).

No texto, no que diz respeito a higienização, Rodrigues (2009) refere-se que a sociedade passa a ser identificada pelo asseio e limpeza de suas residências. O pensamento médico passa a dar a direção da modernidade, intervindo sobre a cidade como única autoridade capaz de lhe dar forma moderna.

A organização do espaço se dá por meio de medidas repussivas, essa parte pode ser percebida claramente no texto quando relata haver uma manutenção de direção política e conservadora que restringe as ações dos trabalhadores urbanos através de um controle e disciplinamento. Não era permitida nenhuma inserção que pudesse renová-los economicamente e politicamente, essa era uma forma de dominação assumida pelo Estado.

Os artigos explicitam claramente, no que diz respeito às classes, que o acesso as atividades do Teatro se davam majoritariamente pelas classes sociais mais altas, “(...) a platéia completamente cheia de cavalheiros e senhoras, deixava destacar estas pelo luxo, riqueza de adereços, formosura das cabeças e colorido variado dos trajes dos cavalheiros na sua uniforme e correta casaca preta”. (O Paiz, 15 de Julho de 1909).

Referência:

RODRIGUES, Antonio Edmilson Martins. História da urbanização no Rio de Janeiro. A cidade: capital do século XX no Brasil In: CARNEIRO, S.; SANT’ANNA, M. (Org.). Cidade: Olhares e Trajetórias. Rio de Janeiro: Garamond. 2009. p.85-118.

Nenhum comentário:

Postar um comentário